Nos últimos dois anos temos visto na internet o fenômeno dos MOOC’s, sigla em inglês para (Massive Open Online Course), tendo como principais representantes o Coursera (https://www.coursera.org/), o Udacity (https://www.udacity.com/) e o edX (https://www.edx.org/). Os três foram fundados como startups de tecnologia e vem oferecendo cursos em nível de graduação em parceria com universidades conceituadas como MIT, Harvard e Stanford.
Apesar do ensino à distância não ser algo novo, essas iniciativas se diferenciam das demais por conta do apelo destas instituições e dos professores que ministram os cursos. Também se destaca o fato de que os cursos são abertos e gratuitos e em alguns casos como do Coursera, é possível receber um certificado ao final. Na sigla MOOC, o massive se refere ao número de estudantes que participam simultaneamente, que em alguns casos passa das centenas de milhares.
De forma a trabalhar com um volume tão elevado de participantes, todas essas iniciativas desenvolveram plataformas próprias com recursos de inteligência artificial que permitem que os alunos sejam avaliados em tempo real. Essas plataformas também contemplam recursos da Web 2.0, cooperação entre os estudantes e professores por meio de forums e chats e avaliações on-line. Devido ao número elevado de participantes o tempo médio de resposta às dúvidas costumam ser menores que 20 minutos.
Já participei de 4 cursos: 3 na plataforma do Coursera e 1 na plataforma do Udacity. Minha experiência foi, e está sendo, muito boa. Tenho aprendido bastante sobre minhas áreas de interesse com grandes especialistas das melhores universidades americanas. Essa é uma oportunidade incrível que nem é possível determinar quanto custaria e vem sendo oferecido de graça na internet.
Infelizmente nem todos os brasileiros podem usufruir: a maioria esmagadora, com algumas exceções, são cursos oferecidos em inglês. A barreira da língua limita o acesso a esse modelo de educação que pode revolucionar o ensino superior. Uma possível solução seria que iniciativas semelhantes fossem oferecidas no Brasil em português. Para tanto seria necessário ou um convênio com universidades brasileiras ou uma plataforma de código aberto disponível para empresas, instituições e individuais. Pensando nisso a Universidade de Stanford, durante o ano de 2012 lançou uma plataforma para MOOC’s chamada class2go, na qual ofereceu alguns cursos e estava disponível para download e livre para qualquer pessoa usar. Essa plataforma contemplava todos os recursos das anteriores e o objetivo era exportar esse modelo de educação ao redor do mundo.
Somada a essa iniciativa, o edX recentemente anunciou a abertura em código aberto de sua plataforma. O Class2go se fundirá a esse projeto e, a partir do 1 de junho de 2013, a plataforma estará disponível para qualquer pessoa usar. Particularmente estou entusiasmado com a ideia e pretendo em breve experimentar e talvez já oferecer um curso on-line!